CARLO
ACUTIS nasceu em Londres, aos 03 de maio de 1991, filho de Andrea e Antonia. De
fato, desde pequeno o seu coração demonstrou alegria, determinação e humildade
em sua caminhada rumo à “santa viagem”, vivendo na normalidade as suas
atividades diárias, como a escola, os amigos, o amor pelo Criador e, sobretudo,
a fé na extraordinariedade do Evangelho. Cresceu em uma família profundamente
cristã; escolheu livremente dizer o “sim” com a própria vida, ao mistério que o
envolvia; assim, a fé crescia com ele.
Após
receber o sacramento da Primeira Comunhão, CARLO nunca faltou ao compromisso
quotidiano com Cristo, presente na Eucaristia e adorado no sacrário; afirmava
com entusiasmo a todos os jovens que Jesus era o seu “grande amor”.
Esta
profunda intimidade com o sacrifício vivo do Corpo e Sangue de Cristo lhe fazia
repetir frequentemente: “a Eucaristia é o meu caminho para o céu!”,
compreendendo claramente que “o banquete eucarístico é para nós real
antecipação do banquete final, pré anunciado pelos profetas (cf Is. 25, 6-9) e
descrito no Novo Testamento como as ‘núpcias do Cordeiro’ (Ap. 19, 7-9) a
celebrar-se na alegria da comunhão dos santos” (Bento XVI, Sacramentum
Caritatis, n° 31).
desarma toda possível acusação de .
Pode-se dizer que no campo da informática não havia
segredos para ele, talento verdadeiramente inato, porque, apesar da sua pouca
idade, foi capaz de competir com especialistas do campo, para o espanto de
todos; porém, a coisa mais bela, é que não tinha somente para si esta
inclinação particular, pois ficava feliz ao utilizá-la como voluntário na ajuda
ao próximo.
Um
verdadeiro discípulo de Jesus, que, com a inteligência e o coração, soube
revolucionar a sua vida e a vida de quem o rodeava, não perdendo jamais as
ocasiões para falar de Cristo, amá-Lo, partilhar a Palavra e citar o Magistério
da Igreja que conhecia, apesar da sua “pequenez”, para ganhar almas para
Cristo: “embora sendo livre de todos, me fiz servo de todos para ganhar o
maior número. Fiz-me fraco com os fracos para ganhar os fracos, me fiz tudo
para todos, para salvar a qualquer custo cada um. Tudo eu faço pelo Evangelho,
para tornar-me um participante com eles” (cf.1 Cor. 9, 19-23). “O teu
dia, meu Deus, virá diante de Ti... e com meu sonho mais louco: ter o mundo
entre meus braços” (J. Leclercq), e tudo isso também a custo de rejeição ou
escárnio por causa da sua fé viva.
CARLO
era impulsionado por um único e constante desejo, o de conquistar quanto mais
almas possíveis, não recorrendo a recursos mesquinhos, mas, com o testemunho
constante e quotidiano da sua fé, vivida sem ostentação, simplesmente com
coerência e desarmamento.
Por
isso que muitos daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo pediram o
batismo na Igreja Católica. Havia nele a viva convicção que “todos nascem
como originais, mas muitos morrem como cópias”.
Isso o levou a viver com originalidade os seus
dias, não desperdiçando, nunca, a cada instante, os dons de Deus, porque a
graça eleva a natureza, não a destrói; logo, tudo o que era natural em CARLO,
era posto a serviço e por isso a graça o elevou: é tudo luz!
A
clareza da fé em CARLO o levou a afirmar: “um balão, para subir bem alto,
necessita despojar-se de tudo aquilo que pesa; pois assim faz a alma, para
elevar-se ao céu, necessitando tirar pequenos pesos que são os pecados veniais.
Se por acaso existe um pecado mortal, a alma cai sobre a terra e a confissão
será como fogo, o mesmo fogo que faz
retornar ao céu o balão. É preciso confessar-se frequentemente porque a alma é
muito complexa.”
Cada
momento da sua vida, na família, na escola, nas relações com os outros, se
tornava ocasião de testemunho natural da sua fé.
Preocupava-se
muito com sua pureza e por isso confiava-se à Virgem Maria e às orações das
monjas enclausuradas que frequenta.
Aos
jovens, CARLO se apresentava em sua totalidade: um adolescente do nosso tempo;
testemunha que entregar-se a Cristo é viver uma vida “maior”, uma vida que não
fecha as portas da liberdade e da alegria, porque “Ele não nos tira nada,
mas doa tudo. Quem se doa à Ele, recebe o cêntuplo”(Bento XVI).
No
início de outubro de 2006, foi atingido por uma gravíssima leucemia, incurável.
Também neste momento o amor vence o medo e, no hospital, disse: “ofereço
todo o sofrimento, de que deverei padecer, ao Senhor, pelo Papa e pela Igreja,
para não passar pelo purgatório e ir direto ao Paraíso”.
Recebe a Unção dos Enfermos e a “medicina” da
Eucaristia, a sua “rodovia para o céu”. O médico pessoal fica maravilhado e
edificado com seu modo de viver e suportar as dores atrozes: sorri a todos e
mantém a sua gentileza, unida à uma grande paciência.
Quando
o doutor que o acompanhava perguntou se sofria muito, CARLO respondeu com coragem:
“existem pessoas que sofrem muito mais do que eu!”
Às
6:45 horas de 12 de outubro de 2006, CARLO ACUTIS retorna à Casa do Pai “para
sempre”, na ponta dos pés, sem rumor algum, como a lógica evangélica da
semente, para cantar na eternidade o canto dos pequenos benditos de Deus e
fazer de si o “hortus conclusus”[1],
o Jardim do Éden onde o Senhor possa livremente “passear sobre a brisa do
dia” (cf. Gen. 3, 8), o seu dia.
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